Charles Chaplin, das telas para o museu
Depois de passar por Suíça e França, a primeira grande mostra sobre o ícone do cinema mudo chega ao Rio
O Globo
Catharina Wrede
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Três anos de pesquisa
"Chaplin e sua imagem" é a primeira grande mostra concebida a partir dos arquivos da família Chaplin, que cedeu um raro e vasto material a Stourdzé. Durante três anos (de 2006 a 2009), ele mergulhou em dez mil imagens e documentos do artista para uma pesquisa apurada.
— O conceito da exposição não é biográfico, e sim temátio. Quis criar um diálogo entre as fotografias de arquivo e os filmes, e, neste sentido, minha ideia foi mostrar a construção de cada filme e o que acontecia por trás deles.
Dividida em quatro grandes temas ("A criação de Carlitos", "Chaplin como cineasta", "Da fama ao exílio", e "Fala Chaplin, morre Carlitos"), a mostra já passou, além do Musée de l’Elysée, por outras instituições na Europa, como o Jeu de Paume, em Paris, e foi, em novembro do ano passado, para o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo — em sua primeira incursão pela América Latina.
"A criação de Carlitos" traz fotografias e trechos de filmes que reconstroem a imagem do principal personagem de Chaplin, e é possível notar que, em sua primeira exibição na tela, em 1914, Carlitos era uma figura mais trapaceira e antipática do que o vagabundo triste e solitário que ficou conhecido. Outro destaque da mostra é o módulo "Chaplin como cineasta", em que por meio de fotografias de bastidores e pequenos making ofs de filmes, é possível perceber o perfeccionismo do diretor.
— Do que mais gosto desta exposição, além do fato de não ser óbvia, é de ficar observando o público rindo do que vê. Não é normal ouvir pessoas gargalhando dentro de um museu, e acho que isso é importante — reflete Stourdzé.
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